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Fortaleza Moderna (séc. XVII) - vestígio arqueológico
Fortaleza abaluartada de traçado irregular, construída no âmbito das Guerras da Restauração, com vista suster as investidas espanholas, e a albergar a totalidade do burgo existente na época.
Era composta por 4 baluartes, o das Almas, o de Nossa Senhora da Conceição, o do Espírito Santo, e o de S. Miguel, um meio baluarte, o de Santa Cruz e uma tenalha em dentes de serra, que acabaria por ficar conhecida pelo Baluarte de S. Sebastião. Em redor das muralhas existia um amplo fosso escavado.
A configuração urbana pré existente faria com que a fortaleza adopta-se uma configuração alongada, onde os baluartes procuravam fazer a defesa dos pontos mais sensíveis. Assim os baluartes das Almas e Santa Cruz faziam a defesa do acesso Sul da vila e da estrada de Viana, o Baluarte de Nossa Senhora da Conceição reforçava a vertente Nascente da Vila, controlando a estrada que passava no sopé da Gávea, bem como o acesso do caminho de cortes à porta de Traz da Igreja, o qual era apoiado por um revelim.
Os baluartes do Espírito Santo e S. Miguel defendiam a porta de Valença e a estrada que lhe dava acesso.
Partindo do baluarte de S. Miguel, estendia-se para Noroeste, a obra corna, totalmente construída em torrão, e que em 1713, já teria sido abandonada.
Em 25 de Setembro de 1643, Vila Nova de Cerveira seria atacada por exércitos espanhóis. Embora tenha conseguido resistir à investida, levando a cabo a defesa a partir das muralhas do velho castelo dionisino, ficava evidente a necessidade de uma nova fortificação, que albergasse a totalidade da vila, que há muito tinha extravasado as muralhas medievais.
É neste contexto que, cerca de 1660, o Governador das Armas da Província do Minho, D. Diogo de Lima, Visconde Vila Nova de Cerveira dá ordem para a construção da nova fortificação, a que se associaram 2 outras, a Atalaia, a meia encosta da Serra da Gávea, e o Forte de Lovelhe, a Norte da vila, num pequeno morro que domina a vila estrategicamente. Estava assim constituído o triângulo defensivo de Vila Nova.
A decadência a que chegara a fortificação fica bem clara pela descrição que dela fez Gonçalo Coelho Araújo, em inícios de 1809, já no contexto da 2ªa Invasão Francesa. Diz-nos que a muralha estava arruinada, que as portas não se podiam fechar, estando destituída de todos os apetrechos de guerra. A pressão dos conflitos que se aproximavam, levaram ao seu rápido reparo, fazendo frente à tentativa de travessia pelo exército francês em 16 de Fevereiro de 1809.
A construção da linha de caminho de ferro estaria em curso cerca de 1880, e iria provocar a demolição da cremalheira em dentes de serra voltada ao rio.