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Câmara de Cerveira e movimento cívico coincidem na oposição à exploração do lítio
Enquadrado no roteiro de auscultação autárquica sobre a exploração de lítio no Alto Minho, o Movimento Cívico SOS Serra d’Arga reuniu, esta quinta-feira, com o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira para reforçar a posição política e técnica contra a exploração de lítio no concelho e no Alto Minho. Périplo de encontros antecedem a intenção do Governo em apresentar publicamente os princípios básicos da nova lei das minas.
O presidente da Câmara Municipal reforçou que “o concelho de Vila Nova de Cerveira tem memória histórica com o exemplo de Covas, pois ainda hoje se vivem as consequências nefastas da mineração realizada no século passado”. Fernando Nogueira assegurou que a autarquia está a trabalhar, conjuntamente com mais três municípios (Caminha, Ponte de Lima e Viana do Castelo), numa candidatura que visa a valorização da Serra d’Arga, com objetivo único de preservar o património e minimizar a desertificação do território. O autarca referia-se à Área de Paisagem Protegida de Interesse Municipal a criar na Serra d’Arga, que vai alargar a abrangência da Rede Natura 2000 na Serra d’Arga, um processo no âmbito da CIM Alto Minho.
No final da reunião, o porta-voz do movimento cívico SOS Serra d’Arga fez um balanço “muito positivo, porque as autarquias estão alinhadas na contestação ao lítio”. Carlos Seixas explicou que estes encontros servem para reforçar a posição das câmaras municipais, “pois os pareceres enviados em julho à Direcção-Geral de Energia e Geologia, já foram reveladores dos receios e preocupações quer para com as pessoas, quer para com o território”. Não obstante, este grupo organizado de cidadãos também deixou ficar em cima da mesa total disponibilidade para contribuir para a conservação e valorização da Serra d’Arga.
O Movimento Cívico SOS Serra d’Arga fez um pedido de audiência aos presidentes de câmara de Caminha, Paredes de Coura, Ponte de Lima, Viana do Castelo e Vila Nova de Cerveira – concelhos abrangidos pela área prevista pelo Governo para o concurso público de prospeção, pesquisa e exploração de lítio – com o objetivo de concertar estratégias com as autarquias, no sentido de impedir o que consideram ser uma severa ameaça à sustentabilidade do território e economia desta região.