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Autarcas de Cerveira e Tomiño pedem mais fundos para consolidar a cooperação transfronteiriça
A necessidade de aprofundar os contactos com Bruxelas e calendarizar projetos concretos com financiamento europeu foram duas das conclusões partilhadas entre as entidades que assistiram às II Jornadas Amizade Cerveira-Tomiño realizadas, a 23 de outubro, no Centro de Apoio às Empresas em Vila Nova de Cerveira.
Durante o debate de encerramento “Europa sem Fronteiras. O papel da cooperação transfronteiriça na consolidação do projeto europeu”, que contou com a participação da Comissária Europeia Elisa Ferreira, da Ministra da Coesão Territorial do Governo Português, Ana Abrunhosa, e do presidente da Junta da Galiza, Alberto Nunes Feijó, os autarcas dos dois concelhos fronteiriços, Fernando Nogueira e Sandra Gonzalez, foram consensuais na agilização de mais fundos e mais congregação pois a cooperação transfronteiriça é muito importante para a criação da cidadania europeia.
“A cooperação transfronteiriça é um dado adquirido e só tivemos consciência desta realidade quando nos colocaram este novo Muro de Berlim, o encerramento de fronteiras, provocado pela pandemia Covid-19”, começou por dizer o presidente da Câmara de Vila Nova de Cerveira, acrescentando: “Esta Eurocidade tem feito o trabalho de casa e, incorporada no âmbito do AECT rio Minho, tem procurado dar expressão a estas ambições com um plano de ação apresentado as entidades competentes. Na Cimeira luso-espanhol da Guarda não estão todas as nossas ambições, queremos mais, nomeadamente a acessibilidade ao comboio de alta velocidade. Temos um excelente trabalho efetuado, agora é preciso que se passe da teoria à prática.
Por outro lado, a alcadesa de Tomiño, Sandra Gonzalez, qualificou o dia das jornadas como “um dia grande para a cooperação transfronteiriça”. A governante admitiu que, nos últimos cinco anos de trabalho conjunto com Cerveira, que envolveu a participação de mais de 10.000 pessoas nos distintos projetos executados, houve obstáculos e contratempos que foram resolvidos a nível local de forma bastante eficaz. “Na Eurocidade felicitamo-nos pelo impulso dado à cooperação, mas solicitamos maior concretização para poder calendarizar os próximos passos; é imprescindível reforçar o apoio do governo autónomo, espanhol e europeu”, assegurando que a Euroregião Galiza-Norte de Portugal não é o final de nada, mas sim o centro do desenvolvimento, com uma economia e recursos muito potentes.
A Comissária Europeia para a Coesão, Elisa Ferreira, realçou a existência de projetos e estratégias políticas de desenvolvimento comum entre os territórios fronteiriços. “Exemplos permanentes muito importantes e interessantes, como estes. Se houver bons projetos, boas ideias, teremos todas as condições para dar um novo impulso para as regiões transfronteiriças de Portugal e Espanha”, disse.
Já a Ministra da Cesão Territorial sublinhou que, “pela primeira vez, existem estratégias transnacionais, com infraestruturas, instrumentos e vontade política de abolir as fronteiras para o bem comum dos habitantes e para que as fronteiras desapareçam no dia-a-dia”. E acrescentou: “Não será por falta de recursos que não faremos bons projetos, tendo como objetivo que a fronteira desapareça no dia a dia, pois esta fronteira não o fim de Portugal, mas o coração da Península Ibérica”.
Tanto a ministra portuguesa como o presidente da Junta da Galiza, que assistiu através de videoconferência, manifestaram a sua preferência pelo eixo ferroviário atlântico. Feijóo afirmou que se está a trabalhar numa nova estratégia de cooperação 2021-2027, baseada na convivência dos habitantes portugueses e galegos e na superação da atual pandemia.
A Eurocidade Cerveira Tomiño celebrou as II Jornadas Amizade para refletir sobre o futuro da cooperação transfronteiriça, e realizar um balanço dos resultados alcançados com a “Agenda Estratégica de Cooperação Transfronteiriça Amizade Cerveira Tomiño”, projeto cofinanciado pelo FEDER através do Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP).