Autarquia edita “Pensar a Vida e Optar pela Arte – Conversa com Henrique Silva”
As paixões e convicções do Professor Henrique Silva, descritas na primeira pessoa e enaltecidas por quem o acompanha há vários anos, encontram-se agora compiladas num livro que dá a conhecer a vida e obra do homem e do artista. Com autoria do jornalista Agostinho Santos, e edição da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, esta publicação de cariz intimista “tem tudo”, assegura o próprio.
“(…)Henrique Silva lembra-me uma formiga. Ser frágil, discreto, mas determinado, que carrega pedaço a pedaço, arrecadando-os para o inverno, numa tarefa quase imparável e alheio às muitas “cigarras” que por aí cirandeiam, cumpre o papel que lhe foi predestinado: trabalhar, trabalhar, criar, criar”. É desta forma peculiar que o jornalista Agostinho Santos dá início a 122 páginas de conversa intimista com o pintor e artista plástico, o Professor Henrique Silva, complementada com registos fotográficos e trabalhos.
Homem dedicado às artes e artista de causas humanas, com reconhecimento nacional e internacional, o Professor Henrique Silva abre o jogo da sua vida, as paixões e convicções, numa publicação próxima e sem tabus. Desde a mera intenção até à sua concretização, o livro “Pensar a Vida e Optar pela Arte – Conversa com Henrique Silva” acolheu de imediato o apoio da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, que assumiu a sua edição. A apresentação pública decorreu no passado sábado, rodeada de amigos reunidos numa das ‘casas’ do artista, o Fórum Cultural de Vila Nova de Cerveira.
O presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira e da Câmara Municipal define esta publicação como um diálogo entre amigos, partilhado com o leitor. “É um privilégio poder folhear o percurso de vida de um grande homem e de um artista visionário, onde também encontramos uma espécie de retrato histórico, sociológico e cultural de aspetos importantes, de períodos e locais por onde passou, e sobretudo da sua ligação a Vila Nova de Cerveira”, assegura Fernando Nogueira, acrescentando: “Henrique Silva desempenhou um papel determinante no desenvolvimento do concelho, marcando uma transição e evolução com impacto positivo e visível nos dias de hoje, e contribuindo para nos enriquecer com um vasto legado artístico espalhado pela vila, dentro e fora de portas”.
A formação e o reconhecimento, a descoberta e a reinvenção da ‘Vila das Artes’, a consciência politica e a arte interventiva, o desejo que perdure a memória da sua obra e dos seus espaços. O Professor Henrique Silva fala de tudo, com o carisma que lhe é característico. No final surge o capítulo da admiração e reconhecimento, pois este trabalho de Agostinho Santos, além da entrevista de fundo, contém curtas conversas com um conjunto restrito de amigos de há várias décadas, que o acompanham e privam desde há muito, como Henrique do Vale, António Cabral Pinto, a esposa Margarida Leão e o autarca Fernando Nogueira.
Recordando o passado e vivendo o presente, sobre o futuro, e sobre o que um dia ficará dele, Henrique Silva diz: “não sei, mas sei que gostaria que ficassem com a ideia de mim, acho eu, de um exemplo de integridade e coerência na vida”.