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José Lopes Gonçalves, meio século a escrever sobre Cerveira e os Cerveirenses

2020/06/12

A Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira aprovou, por unanimidade, em reunião desta sexta-feira, um Voto de Louvor ao Senhor José Lopes Gonçalves, pela extensa carreira jornalística, em particular pelo meio século de serviço no jornal local “Cerveira Nova”, e pela atividade prestada à comunidade na área da cultura. Foi ainda aprovada a atribuição de Medalha Municipal de Mérito – Grau Ouro, a ser entregue como habitualmente na cerimónia comemorativa do Dia do Município, a 1 de outubro.

Na última edição do “Cerveira Nova”, publicada a 5 de junho de 2020, José Lopes Gonçalves, natural de Vila Nova de Cerveira, escreveu o editorial intitulado “Na hora da despedida!... Meio século a enaltecer Cerveira”, iniciado com o seguinte humilde parágrafo: “Tudo na vida tem princípio, meio e fim, mesmo com maior ou menor distância entre os três períodos”.

Na proposta colocada a votação em reunião de câmara, assinada pelo Presidente, Fernando Nogueira, destacam-se “os 50 anos a enaltecer Vila Nova de Cerveira e a informar as suas gentes, residentes no concelho ou espalhados pelos quatro cantos do mundo, mas saudosos por notícias da sua terra. O seu papel no jornalismo regional e de proximidade, pelo seu caráter mais difícil, torna ainda mais relevante a sua ação”. Recorrendo a números, foram 1110 edições publicadas até à data e, por isso, no mínimo, 1110 artigos com a sua assinatura, mas há muitos mais.

Fazendo uma resenha biográfica pela sua longa carreira jornalística, foi editor do Cerveira Nova (5 de novembro de 1970 a 5 de fevereiro de 1973 - edições 1 a 55), foi chefe de redação da mesma publicação escrita (20 de fevereiro de 1973 a 20 de outubro de 1990 - edições 56 a 444) e, posteriormente, assumiu o cargo de diretor ao longo de 30 anos (5 de novembro de 1990 a 5 de junho de 2020 - edições 445 a 1110).

O seu currículo conta ainda com largos anos de colaboração na imprensa diária (“O Primeiro de Janeiro”, “Comércio do Porto” (já extinto), “Jornal de Notícias” e Notícias de Viana”), em publicações de espetáculos e na rádio regional. Foi encenador, argumentista, poeta e autor do livro “Nacos do Alto Minho”. A sua paixão pelo mundo das letras levou-a a ser o autor das famosas “Quadras Sanjoaninas Cerveirenses” (publicadas no “Cerveira Nova”), assim como assinou o célebre “Testamento de Judas”, enquadrado no teatro comunitário ‘Queima de Judas’ que acontece, todos os anos, na noite de Sábado de Aleluia. A leitura do testamento, marcado pela sátira e pela crítica é, sem dúvida, um dos momentos altos deste projeto que conta com milhares de pessoas a assistir.

Todo o seu trabalho foi pautado pelos princípios básicos do jornalismo, prestando uma informação de relevância e utilidade pública, com objetividade, imparcialidade, verdade, precisão e confidencialidade. A identidade e a atividade de Vila Nova de Cerveira sempre tiveram uma boa cobertura, o que contribuiu para a promoção do que o concelho tem de melhor para oferecer, para enaltecer um jornalismo de proximidade com espaço para a crítica construtiva e a exposição de problemas/anseios do dia a dia dos Cerveirenses, mas sobretudo pelo papel fundamental de se apresentar como elo de ligação com os Cerveirenses emigrados e que, ao receber o “Cerveira Nova”, minimizavam um pouco as saudades do seu ‘torrão natal’.

#votodelouvor
Gabinete de Comunicação