Autarca alerta para potencial descontrolo da época de incêndios no Alto Minho com apenas um meio aéreo
Partilhando da preocupação e posição manifestada pelo Presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Viana do Castelo, Miguel Alves, e restantes autarcas do Alto Minho, quanto à perda de um meio aéreo de combate a incêndios, o edil cerveirense, Fernando Nogueira, alerta ainda que o concelho de Vila Nova de Cerveira poderá ficar duplamente prejudicado pois, em caso de ocorrências graves em simultâneo, o destacamento com caráter extraordinário de um meio aéreo oriundo de outro distrito não tem a mesma primeira intervenção por razões de autonomia e tempo de operacionalidade do aparelho.
Apresentado esta quinta-feira, em Viana do Castelo, o Plano Operacional Distrital no âmbito do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais/2020 inscreve que o Alto Minho vai perder um dos meios aéreos que tinha ao seu dispor desde 2010 no Centro de Meios Aéreos de Arcos de Valdevez, situação que está a indignar os autarcas da região por ser contraproducente com as necessidades da dimensão e complexidade de todo o território.
Estando cientificamente comprovado que a intervenção dos helicópteros nos primeiros 15 minutos de um incêndio é crucial no desenrolar do fenómeno, o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira questiona a eficiência de resposta de um único meio aéreo que cobre o Alto Minho, parte do distrito de Braga e ainda alguns concelhos de Trás-os-Montes, caso existam focos de incêndios florestais em simultâneo. “Numa situação dessas, terá de ser destacado um outro meio aéreo oriundo de Braga ou Fafe cuja autonomia e tempo de operacionalidade será extremamente reduzida”, explica Fernando Nogueira, acrescentando que, “perante esta situação, o concelho de Vila Nova de Cerveira poderá ficar de fora do alcance de uma primeira e adequada intervenção”.
Para piorar ainda mais o cenário, o autarca cerveirense recorda que, em 2018, o concelho de Vila Nova de Cerveira integrava a lista dos 20 concelhos com maior risco de incêndios pelas condições naturais e especificidades da orografia. O autarca assegura que, “apesar de todos os esforços de limpeza quer das entidades públicas, quer dos próprios privados, a verdade é que o risco não tem diminuído, antes pelo contrário, tem aumentado porque o combustível acumula de ano para ano, e com um Inverno e Primavera muito chuvosos, vai dar origem a uma maior quantidade de manta morta, potenciando a perigosidade do risco de ocorrência de incêndios”.
O dispositivo do distrito de Viana do Castelo é composto por 12 corpos de bombeiros, 12 equipas de intervenção permanente e 690 bombeiros; uma Brigada de Reforço de Combate a Incêndios Florestais que vem de Lisboa e estará no terreno durante 3 meses; 26 equipas de Sapadores Florestais de diversas instituições; a equipa da Unidade Local de Covas; as brigadas da AFOCELCA; GNR e PSP; com o apoio das autarquias e 1 helicóptero de ataque inicial que ficará localizado no Centro de Meios Aéreos dos Arcos de Valdevez ao cuidado da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro da GNR que contará com 5 veículos e 40 operacionais.
Créditos Fotografia: Jornal O Minho