Aquamuseu do rio Minho integra consórcio europeu do projeto DiadEs
Cerca de 30 parceiros de diferentes países europeus, entre os quais o Aquamuseu do Rio Minho (Município de Vila Nova de Cerveira), acabam de lançar o projeto DiadES que visa a promoção de ações para a conservação de peixes diádromos (espécies migradoras entre águas doces e marinhas). Com um orçamento de 2.2ME, financiado pela União Europeia até 2022, a iniciativa visa melhorar o conhecimento sobre os benefícios ecológicos, económicos e culturais oferecidos por estas espécies e, em simultâneo, aprofundar possíveis mudanças na sua distribuição geográfica devido às alterações climáticas.
O que é que o salmão, a lampreia ou a enguia têm em comum? Duas caraterísticas indiscutíveis: peixes que migram entre água doce e salgada para alimentação ou reprodução e que geram importantes e diversos benefícios nas comunidades em que vivem. Com o objetivo de melhorar o seu estado de conservação e assegurar o impacto positivo que têm na economia e na natureza, o DiadES tem a missão de quantificar e potenciar os serviços de ecossistema prestados pelos peixes diádromos no Espaço Atlântico.
A sua concretização baseia-se numa abordagem inovadora que se limita a uma única espécie ou a uma única área geográfica, mas levanta uma perspetiva global e multidisciplinar. Os vários investigadores no domínio das ciências naturais e dos economistas ambientais, bem como uma sólida rede de gestores no Espaço Atlântico, vão produzir um atlas internacional interativo que apresentará a atual distribuição de peixes diádromos e os serviços de ecossistema que eles fornecem, bem como uma previsão das tendências sob um cenário de mudanças climáticas.
Além disso, uma das ações do projeto visa um jogo sério, em que os atores relacionados com a gestão das espécies diádromas vão adotar diferentes papéis, para suscitar um diálogo coletivo de reflexão e apresentação de estratégias de gestão alternativas e criativas. Prevê-se que as conclusões obtidas permitam o desenvolvimento de um quadro de orientações para a gestão a longo prazo de peixes diádromos, posteriormente formalizado numa declaração assinada por todas as entidades envolvidas.
Com um orçamento total de 2.2ME, financiado pelo Programa Interreg Atlântico do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional que será prorrogado até 2022, o projeto DiadEs é liderado pela entidade francesa Irstea e conta com a participação de 30 parceiros de diferentes países europeus, entre os quais o Aquamuseu do Rio Minho (Município de Vila Nova de Cerveira), AZTI, a Diputación Foral de Gipuzkoa, a Universidade de Santiago de Compostela, a Associação para a Defesa Ecológica da Galiza, a Associação Galega de Sociedades de Pesca, a Xunta de Galicia e a Autoridade Marítima Nacional.