Coleção de Jaime Isidoro apresenta em Cerveira nomes como Pablo Picasso, Vieira da Silva, Joseph Beuys e Eduardo Arroyo
Vieira da Silva, Amadeo de Souza-Cardoso, Almada Negreiros, Pablo Picasso, Os Quatro Vintes (José Rodrigues, Armando Alves, Jorge Pinheiro e Ângelo de Sousa), Julião Sarmento, Leonel Moura, José de Guimarães, Alberto Carneiro, Joana Vasconcelos e Júlio Pomar. São apenas alguns dos grandes nomes das artes plásticas que estarão representados na exposição “Jaime Isidoro: divulgador, colecionador e artista” que inaugura a 27 de abril, em Vila Nova de Cerveira.
No total serão apresentadas, no Fórum Cultural de Cerveira, mais de 200 obras de arte da coleção privada de Jaime Isidoro (1924-2009), ainda pouco conhecidas pelo público. Composta maioritariamente por artistas portugueses, estarão também representados nomes marcantes internacionais, como Pablo Picasso (ES), Joseph Beuys (DE), Candido Portinari (BR), Markus Lüpertz (DE) Rafael Canogar (ES) e Eduardo Arroyo (ES).
“Ainda no rescaldo dos 40 anos Bienal Internacional de Arte de Cerveira, não poderíamos deixar de prestar tributo àquele que é considerado o ‘pai’ do evento. Dar a conhecer o legado deste que foi um grande dinamizador das artes em Portugal é um dos objetivos desta mostra”, afirma o Presidente da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, Fernando Nogueira.
O espectro de artistas apresentados é alargado e inclui autores desde a geração de modernistas, que marcam o final do século XIX e o arranque do século XX, até aos emergentes. Recordando a Galeria Alvarez como um espaço de apresentação das vanguardas e da produção artística da década de 1960, serão recriadas as exposições de apresentação do grupo Os Quatro Vintes, o ciclo de arte e política Perspectiva 74 e os trabalhos coletivos dos grupos Puzzle e Acre e d´Os Quatro Novos Artistas. Mas ao mesmo tempo, a iniciativa procura dar a conhecer autores que acabaram por não atingir um lugar de destaque no panorama da Arte Contemporânea, mas que foram apostas do artista.
“Esta exposição conta-nos a história da sua intensa atividade como dinamizador e ativista cultural, iniciada no arranque da segunda metade do século XX e que fará dele, porque não, pelo menos um dos pais do mercado da arte (contemporânea) em Portugal”, explica a curadora, Helena Mendes Pereira.
De acrescentar que este é o primeiro passo dado de um trabalho de investigação sobre a ação de Jaime Isidoro enquanto divulgador, colecionador e artista, que procura estudar o seu papel central no mercado de arte em Portugal.
Por altura da inauguração, agendada para as 16h00, será apresentado um documentário inédito, gravado em 1992, onde na primeira pessoa Jaime Isidoro falará sobre a sua coleção e a relação que estabeleceu com vários artistas. No final da sessão, pelas 17h30, decorrerá, ainda, o lançamento do livro "A nova Ordem - um caminho para a esperança" do economista José Vieira.