Consignada modernização do troço ferroviário entre Viana do Castelo e Valença
A Infraestruturas de Portugal (IP) promoveu, na passada sexta-feira, em Valença, a cerimónia de consignação da empreitada de modernização do troço ferroviário entre Viana do Castelo e Valença, presidida pelo ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques. A representar o Município de Vila Nova de Cerveira esteve o autarca Fernando Nogueira que se revelou satisfeito com a concretização de um compromisso antigo, deixando agora um alerta para a necessidade de recolocar na agenda política do Governo a continuidade da A28.
Os primeiros comboios elétricos devem chegar, ainda este ano, a Viana do Castelo e, até 2020, a Valença. A garantia foi dada pelo vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Carlos Fernandes, no âmbito da apresentação da 2ª fase da empreitada de modernização do troço entre Viana do Castelo e Valença da Linha do Minho, num investimento de 18,1 milhões de euros e com prazo de execução de 22 meses. O ato de consignação foi acompanhado pelos autarcas dos quatro municípios abrangidos – Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença – e do Alcaide de Tui, entre outras entidades representativas dos interesses da região.
Além dos vários benefícios subjacentes à obra (redução do tempo de transporte e aumento da qualidade do serviço prestado, da segurança e da eficiência), o impacto desta requalificação em Vila Nova de Cerveira traduz-se ainda na construção de uma estação técnica que permite a gestão de circulação de comboios de mercadorias até 750 metros em Campos, de forma a deixar em aberto a possibilidade de se constituir como um ponto estratégico de dinamização e potenciação das empresas da região.
O edil cerveirense ficou satisfeito por ouvir o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, a comprometer-se com esta requalificação, “um anseio muito antigo dos municípios alto-minhotos, cuja execução só peca por tardia, dado terem-se perdido excelentes oportunidades para que esta obra já estivesse ao serviço das populações”. Para Fernando Nogueira, a valorização da linha ferroviária do Minho, não só potencia a indústria e o turismo, como também as relações no Noroeste Peninsular, aguardando-se que seja desbloqueada pelas entidades da Galiza a saída Sul da cidade de Vigo, “o que nos dava uma ligação ferroviária direta ao AVE naquela cidade com ligações para toda a Europa, ou seja, ficávamos com alta velocidade a cerca de 30kms de Vila Nova de Cerveira”.
Fernando Nogueira manifesta-se igualmente satisfeito pelo facto do Ministro Pedro Marques ter anunciado uma redução significativa das taxas destinadas a pesados nas portagens da A28. “Era também um anseio com anos mas, e apesar de ser uma medida muito positiva, apresenta-se como um motivo de preocupação acrescida para Vila Nova de Cerveira, pois todo o trânsito de pesados que hoje provem/ruma para o Sul passará pelos principais núcleos urbanos de Vila Nova de Cerveira, nomeadamente Campos, Vila Meã, Reboreda, Vila Nova de Cerveira, Loivo e Gondarém, alimentando ainda mais o caos já existente neste percurso da EN13. Aqui, além de muitos milhares viaturas ligeiras, circulam diariamente mais umas centenas de transportes de mercadorias, com cargas da mais variada proveniência e muitas delas de alta perigosidade”, realça o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, acrescentando: “É urgente e premente recolocar na agenda política e orçamento nacionais a continuidade da A28 que termina no “meio do nada” (Serra d’ Arga), já que se perderam oportunidades no tempo das ‘vacas gordas’, no qual este projeto poderia estar resolvido”.
Fotografia: Correio do Minho