“Percurso Lusitano” de Robert Schad é apresentado na Bienal de Cerveira esta sexta-feira
“A Escultura em espaço público – Percurso Lusitano” é o nome da conversa que irá decorrer na próxima sexta-feira, às 18h00, no Fórum Cultural, a propósito da inauguração formal das esculturas de Robert Schad localizadas em Vila Nova de Cerveira. Integrada na programação da XIX Bienal Internacional de Arte de Cerveira, a iniciativa propõe uma discussão alargada sobre a temática, tendo por base esta que é a maior exposição monográfica de escultura alguma vez realizada em Portugal.
Foi a partir do diálogo entre a arte e a natureza, em harmonia com o rio Minho, que o reconhecido escultor alemão Robert Schad escolheu espaços icónicos de Vila Nova de Cerveira para expor três esculturas da sua autoria, que servirão de mote para a reflexão, na próxima sexta-feira. O artista Robert Schad, o editor do catálogo do projeto, Dieter Weber, o Arquiteto Gilberto Carlos, Diretor do Curso de Mestrado Integrado em Arquitetura e Urbanismo da Escola Superior Gallaecia, e o Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira e da Fundação Bienal de Arte de Cerveira, Fernando Nogueira, são os oradores convidados desta iniciativa.
A conversa será seguida por uma visita às esculturas que se encontram na ‘vila das artes’: no Parque de Merendas de Montorros (Vila Meã), onde é possível apreciar a escultura “Enfime”; no Parque de Lazer do Castelinho, onde consta a obra “HAN”; e no Monte do Espírito Santo, com a peça intitulada “Volok”.
O projeto de exposição “Percurso Lusitano” está a decorrer em Portugal em 20 locais diferentes e apresenta, até julho de 2018, 57 esculturas monumentais do escultor alemão. Robert Schad regressa, assim, ao país onde no início da década de 1980 principiou a sua carreira artística. As linhas que determinam as suas peças constituem um fio condutor que atravessa o país, permitindo novos pontos de vista sobre os locais em que as esculturas se encontram.
Segundo o artista, “o ferro vem da natureza e o objetivo desta exposição é reintegrar este material no seu local de origem, através de formas que se prendem com a natureza, transmitindo a energia interior existente nas árvores e plantas”. Trabalhadas em ferro maciço e partilhando o mesmo diâmetro, as esculturas de Robert Schad caraterizam-se por uma contradição, isto é, uma ligeireza visual que não pressupõe o peso físico de 1,5 tonelada. “É o sonho da leveza, em que sobressai o jogo da construção e do crescimento da escultura conjugado com a natureza”, explica o escultor alemão.
De acrescentar que o “Percurso Lusitano” está integrado num projeto expositivo de alcance europeu. Em 2016, mais de 50 esculturas da autoria de Robert Schad foram exibidas em locais da Bretanha com relevância histórica e paisagística. Depois da presença em Portugal em 2017 e 2018, a exposição rumará à rede de cidades que integram a QuattroPole, uma «metrópole» transfronteiriça composta por Metz (França), Saarbrücken (Alemanha), Trier (Alemanha), e Luxemburgo (Luxemburgo).
A mostra integra-se num contexto que abrange todo o território nacional. Mediante a linha vermelha de uma barra de aço com uma secção constante de 100 mm, diversas localidades irão ser interligadas por este “fio condutor” e comunicar entre si, entre elas Valença do Minho, Maia, Santo Tirso, Vila Nova de Gaia, Viseu, Cascais e Estremoz.
Com uma carreira artística amplamente reconhecida, Robert Schad tem vários prémios nacionais e internacionais, entre os quais, em 1982, o Prémio de Desenho da III Bienal Internacional de Arte de Cerveira. No ano de 2007, Robert Schad realizou no novo complexo da Santíssima Trindade, do Santuário de Fátima, a Cruz Alta, peça com 34 metros, e que ocupa um lugar central na obra do escultor. O artista reside e trabalha em Larians (França) e em Chamosinhos (Portugal), onde desde 1988 tem a sua segunda residência.